Oficina XXIII- Resenha

Como fazer a avaliação crítica de uma obra?

Resenha, ou resumo, é um texto produzido com a finalidade de analisar e comentar uma obra qualquer (literária, cinematográfica, pictórica, musical, teatral etc.). O resenhista, ou recensor, deve privilegiar como ponto de partida para a produção de seu trabalho, os seguintes aspectos:





*Leitura detalhada e crítica da obra;


*Informações bibliográficas e alguns dados biográficos mais significativos do autor;


*Produção de um resumo da obra, apresentando as principais ideias de seu autor, respeitadas suas intenções e impressões;


*Análise bem fundamentada de, ao menos, um aspecto relevante do texto;


*Apreciação do aspecto escolhido, ou seja, avaliação crítica em relação a esse aspecto;


*Escrita argumentativa clara, objetiva, coesa e coerente.






É importante lembra que a avaliação crítica não se limita a concordar ou discordar com o texto de referência, mas cabe ao resenhista emitir sua opinião de forma consistente. Para tanto, é aconselhável que o resensor busque aprofundar seus conhecimentos, pesquisando sobre o autor da obra, relacionando-o com suas outras produções (se ouver) e mostrando suas contribuições no domínio em questão.
Um outro ponto importante: a resenha deve incorporar o resumo e a avaliação crítica de forma harmônica, ou seja, o resenhista deve estabelecer um diálogo com a obra resenhada e seu autor.


Dica:
Os tipos mais conhecidos de resenhas são: a resenha descritiva (científica, técnica) e a resenha crítica (opinativa). Na primeira, o objetivo centra-se no julgamento das proposições feitas pelo autor da obra, ou seja. o resenhista deve analisar e comentar a pertinência e a aplicatividade daquilo que o autor expõe. Na segunda, o objetivo centra-se no julgamento de valor da obra, ou seja, na apreciação de seus aspectos estéticos, na qualidade de sua produção e apresentação.

Oficina XXII- Dicas Para Bem Redigir

Os dez mandamentos de uma boa redação

1- Antes e depois da produção da redação, uma leitura atenta da proposta deve ser realizada para conferir se o texto realmente cumpre as exigências da prova. O tema pode variar, mas, de uma forma ou de outra, toda proposta de redação exige diversos conhecimentos do autor;

2- Reunir dados dos textos motivadores ou dos seus conhecimentos;

3- Se a proposta for um texto dissertativo-argumnetativo faça-o em norma culta;

4- Apresente propostas para defender seu ponto de vista solidamente, mesmo que o tema seja polêmico;

5- Apresente propostas para resolver/solucionar o problema respeitando os limites humanos;

6- Selecione as informações e argumentos organizando-os em grupos funcionais para compor cada parágrafo;

7- Relacione cada parágrafo com o seguinte para que a leitura de uma etapa do texto conduza à próxima numa sequencia lógica;

8- Não deixar reticências(. . .) nas suas afirmações, isto é, seja claro, conciso, objetivo e não deixe dúvidas nem insinuações vagas. Fale somente do que você sabe;

9- Não dialogue com o leitor, ponha-se sempre de igual. Lembre-se você não está escrevendo um texto de auto-ajuda;

10- Seja coerente com seu ponto de vista na conclusão, cuidado para não iniciar uma nova discussão.

Oficina XXI- Figuras de Linguagem

Conheça os Principais Tipos


Metáfora- é o emprego de uma palavra com o significado de outra em vista de uma relação de semelhança.
Exemplo: Meu pensamento é um rio subterrâneo.
Comparação- é uma atribuição de características de um ser a outro em virtude de uma determinada semelhança.
Exemplo: Minha boca é um túmulo.
Prosopopéia- atribui características humanas a seres inanimados.
Exemplo: O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
Sinestesia- consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes.
Exemplo: A luz crua da madrugada invadia meu quarto.


Catacrese- é uma metáfora desgastada, tão usual que já não percebemos.
Exemplo: O pé da mesa estava quebrado.
Metonímia- é a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos que permite essa troca.
Exemplo: Não tinha teto em que se abriga-se.
Antítese- consiste no uso de palavras de sentidos opostos.
Exemplo: Os jardins têm vida e morte.
Eufemismo- consiste em suavizar palavras ou expressões que são desagradáveis.
Exemplo: Ele enriqueceu por meios ilícitos.
Hipérbole- é um exagero intencional com a finalidade de tornar mais expressiva à ideia.
Exemplo: Estou morrendo de sede.
Ironia- consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o contrário do que pensamos.
Exemplo: A excelente dona inácia era mestra na arte de judiar de crianças.
Onomatopéia- consiste na reprodução ou imitação do som ou da voz natural dos seres.
Exemplo: Tic tac tic tac. . .
Aliteração- consiste na repetição de um determinado som consonantal no início ou no interior das palavras.
Exemplo: Esperando, parada, pregada na pedra do porto.
Zeugma- consiste na omissão de um termo já empregado anteriormente.
Exemplo: Amo você, mas não gosto de suas manias,embora também ás tenha.
Pleonasmo- consiste na intensificação de um termo através de sua repetição, reforçando seu significado.
Exemplo: ". . .É rir meu riso e derramar meu pranto. . ."
Assíndeto- ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas orações.
Exemplo: Vivi venci.
Anacoluto- consiste numa mudança repentina da construção sintática da frase.
Exemplo: A vida, não sei se ela realmente vale alguma coisa.


Atividade sobre Ambiguidade


Pedimos a nossos alunos para reescrevessem de forma correta algumas frases que apresentavam ambiguidade. Confira o resultado:



Como era: "O professor falou com o aluno parado na sala"
Como ficou: 1- O professor falou com o aluno que estava parado na sala
                   2- O professor estava parado na sala e falou com o aluno
                                                                                          Adriana, Manuella e Elizangêla


Como era: "A polícia cercou o ladrão do banco na rua Santos"
Como ficou: 1- Os policiais cercaram o ladrão no banco da rua Santos
                   2- O ladrão do banco foi cercado pela polícia na rua Santos
                                                                                          Amanda e Rayra Talyta


Como era: "Pessoas que consomem bebidas alcoólicas com frequência apresentam sintomas de irritabilidade e depressão"
Como ficou: 1-Irritabilidade e depressão são sintomas de pessoas que consomem bebidas alcoólicas frequentemente.
                   2-Pessoas que têm irritabilidade e depressão consomem bebidas alcoólicas.
                                                                                           Eduardo e Emília 





Oficina XX- A armadilha do duplo sentido

Ambiguidade

A ambiguidade é um dos problemas que podem ser evitados na redação. Ela surge quando algo que está sendo dito admite mais de um sentido, comprometendo a compreensão do conteúdo. Isso pode suscitar dúvidas no leitor e levá-lo a conclusões equivocadas na interpretação do texto.

A inadequação ou a má colocação de elementos como pronomes, adjuntos adverbiais, expressões e até mesmo enunciados inteiros podem acarretar em duplo sentido, comprometendo a clareza do texto. Observe os exemplos que seguem:
  "O professor falou com o aluno parado na sala"

Neste caso, a ambiguidade decorre da má construção sintática deste enunciado. Quem estava parado na sala? O aluno ou o professor? A solução é, mais uma vez, colocar "parado na sala" logo ao lado do termo a que se refere: "Parado na sala, o professor falou com o aluno"; ou "O professor falou com o aluno, que estava parado na sala".
 
"A polícia cercou o ladrão do banco na rua Santos."

O banco ficava na rua Santos, ou a polícia cercou o ladrão nessa rua? A ambiguidade resulta da má colocação do adjunto adverbial. Para evitar isso, coloque "na rua Santos" mais perto do núcleo de sentido a que se refere: Na rua Santos, a polícia cercou o ladrão; ou A polícia cercou o ladrão do banco que localiza-se na rua Santos" 

"Pessoas que consomem bebidas alcoólicas com frequência apresentam sintomas de irritabilidade e depressão." 
Mais uma vez a duplicidade de sentido é provocada pela má colocação do adjunto adverbial. Assim, pode-se entender que "As pessoas que, com frequência, consomem bebidas alcoólicas apresentam sintomas de irritabilidade e depressão" ou que "As pessoas que consomem bebidas alcoólicas apresentam, com frequência, sintomas de irritabilidade e depressão".
DICA!

Uma das estratégias para evitar esses problemas é revisar os textos. Uma redação de boa qualidade depende muito do domínio dos mecanismos de construção da textualidade e da capacidade de se colocar na posição do leitor.

Oficina IXX- O Sentido do texto

Coesão e Coerência





Um dos problemas encontrados com mais frequência nos textos é a falta de coesão e de coerência. É comum encontrarmos textos que iniciam com um tema e terminam com outro, mostrando falta de unidade, falta de coerência. Além da falta de coerência, há falta de coesão, o que torna, muitas vezes, os períodos ininteligíveis.


Mas, o que é coerência e o que é coesão?


Comecemos pela organização textual. Todo texto é composto por uma macroestrutura e uma microestrutura.


A macroestrutura refere-se à coerência, ou seja, à manutenção da mesma referência temática em toda extensão. Para que ela exista é necessário:


a) harmonia de sentido de modo a não ter nada ilógico, nada desconexo;
b) relação entre as partes do texto, criando uma unidade de sentido.
c) as partes devem estar inter-relacionadas;
d) expor uma informação nova e expandir o texto;
e) não apresentar contradições entre as idéias;
f) apresentar um ponto de vista, uma nova visão de mundo.



Mas, a coerência é uma característica textual que depende da interação do texto, do seu produtor e daquele que procura compreendê-lo. Muito depende do receptor, de seu conhecimento de mundo, da situação de produção do texto e do grau de domínio dos elementos lingüísticos constantes do texto. Veja no exemplo abaixo a falta desse domínio, o que parece tornar o texto incoerente. Essa incoerência, proposital neste caso, torna o texto uma piada. 


Observe:
- Eu gosto tanto de frango, mas tenho medo de gripe aviária.
- Ah, mas só dá na Ásia, responderam.
- Justo na parte de que eu mais gosto? (Folha de São Paulo, 18 de março de 2006



A microestrutura refere-se à coesão, ou seja, ligação das frases, concatenação entre as partes, traços morfossintáticos que garantem o encadeamento lógico.


Para que o texto seja coeso, deve seguir pelo menos um dos mecanismos de coesão:


a) Retomada de termos, expressões ou frases já ditas.
b) Encadeamento de segmentos do texto, feito com conectores ou operadores discursivos, tais como então, portanto, mas, já que, porque...

As conjunções, pronomes relativos, preposições, elementos conectores, podem ser encontrados em qualquer gramática de língua portuguesa.


Proposta:produção de um texto coerente

Não existe sonho mais fantástico do que viajar através do tempo, voltar ao passado ou avançar pelas décadas. O problema é que além de alegria, esse é um sonho arriscado. Nenhum cientista pode sonha-lo em público sem correr o risco de ser considerado louco. Agora, para admirável dos próprios físicos, a possibilidade de cruzar os séculos para a frente e para trás não pode mais ser posta de lado. Desde o final da década passada o físico americano, Kip Thone, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, trouxe à tona um objeto incrível, o Wormhole, que, em inglês quer dizer buraco de minhoca. Com esse nome um pouco mole, até esquisito, o Wormhole  pode ser a peça chave de um esquisito ônibus do tempo.


Autora: Manu

Proposta:produção de um texto coerente

Um sonho fantástico é viajar através do tempo, poder nos imaginar voltando ao passado ou avançar pelas décadas. Para muitos, isso é algo pra doido, mas até os mais famosos físicos estão percebendo e reconhecendo que há possibilidade. Ao fim da década passada, Kip Thorne, um físico americano, trouxe a tona um objeto surpreendente chamado Wormhole, que em inglês significa buraco de minhoca. Com esse nome esquisito, até um pouco mole, o Wormhole pode se tornar a peça chave de um admirável ônibus do tempo.


Autora: Elizângela

Proposta:produzir um texto publicitário divulgando um livro

Você acharia motivos de ficar contente se:


* Perde-se um ente querido;
* Levasse um acidente e não pode-se andar;
* Ter um amor proibido pela família só por que a outra pessoa é pobre.


Conhecendo Pollyanna isso é possível. Aprenda o jogo do contente e jogue você também!










Pollyanna
Eleanor H.Porter






baixar:http://www.4shared.com/file/217011497/3e6d7e65/PollyanaAPequenaOrfaPollyana-E.html

Autora: Elizângela

Proposta:produzir um texto publicitário divulgando um livro

Peça! adquira logo o seu. Essa história emocionou o Brasil. Já nas bancas
Entre no meu mundo!








A Escrava Isaura
Bernardo Guimarães


baixar: http://www.4shared.com/document/-k3xugPK/Bernardo_Guimares_-_A_Escrava_.html


Autora: Emília Caroline

Proposta:produzir um texto publicitário divulgando um livro

Quem nunca ouviu falar nela? É o livro mais lido em  todo o mundo. Ela conta muitas e belas histórias desde o início da vida até revelações do que ainda está para acontecer. É o único livro que quando lemos "O Autor está presente", ou seja, é o "manual do ser humano escrito pelo seu criador". Tudo que você precisa saber sobre você está nela. Então o que você está esperando para descobrir coisas que jamais descobriu? Aventure-se nestas páginas e verá que sua vida nunca mais será a mesma.






A Bíblia Sagrada






Autora: Lidiane



Oficina XVIII- Função da Língua

Elementos da comunicação



A linguagem nos remete à comunicação que podemos produzir através de uma mensagem. Nessa comunicação o indivíduo faz uso de certos elementos lingüísticos necessários ao entendimento.


Vejamos os elementos que envolvem a comunicação, separadamente: 


● Emissor: é aquele que envia a mensagem, o remetente, o falante. 


● Receptor: é aquele que recebe a mensagem, o destinatário, o ouvinte. 


● Mensagem: é o que se fala, o conteúdo transmitido. 


● Código: é o meio pelo qual se passa a mensagem: gestos, figuras, fala, escrita. 


● Canal: é o meio pelo qual a mensagem circula. 


● Contexto: é o meio no qual o receptor e emissor estão inseridos: situação, lugar. 




Funções da linguagem



A função da linguagem dependerá do objetivo da comunicação e pode ser: apelativa, emotiva, fática, metalingüística, poética. Conheça melhor cada uma delas:


Função referencial ou denotativa: transmite uma informação objetiva, expõe dados da realidade de modo objetivo, não faz comentários, nem avaliação. Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular ou plural, pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, não há possibilidades de outra interpretação além da que está exposta.
Em alguns textos é mais predominante essa função, como: científicos, jornalísticos, técnicos, didáticos ou em correspondências comerciais.

Por exemplo: “Bancos terão novas regras para acesso de deficientes”. O Popular, 16 out. 2008.

Função emotiva ou expressiva: o objetivo do emissor é transmitir suas emoções e anseios. A realidade é transmitida sob o ponto de vista do emissor, a mensagem é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, apresenta-se na primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, interrogação e reticências) é uma característica da função emotiva, pois transmite a subjetividade da mensagem e reforça a entonação emotiva. Essa função é comum em poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico.

Por exemplo: “Porém meus olhos não perguntam nada./ O homem atrás do bigode é sério, simples e forte./Quase não conversa./Tem poucos, raros amigos/o homem atrás dos óculos e do bigode.” (Poema de sete faces, Carlos Drummond de Andrade)

Função conativa ou apelativa: O objetivo é de influenciar, convencer o receptor de alguma coisa por meio de uma ordem (uso de vocativos), sugestão, convite ou apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa (Você não pode perder! Ele vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum em textos publicitários, em discursos políticos ou de autoridade.

Por exemplo: Não perca a chance de ir ao cinema pagando menos!

Função metalinguística: Essa função refere-se à metalinguagem, que é quando o emissor explica um código usando o próprio código. Quando um poema fala da própria ação de se fazer um poema, por exemplo. Veja:

“Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.”

Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema dadaísta” utiliza o código (poema) para explicar o próprio ato de fazer um poema.

Função fática: O objetivo dessa função é estabelecer uma relação com o emissor, um contato para verificar se a mensagem está sendo transmitida ou para dilatar a conversa.
Quando estamos em um diálogo, por exemplo, e dizemos ao nosso receptor “Está entendendo?”, estamos utilizando este tipo de função ou quando atendemos o celular e dizemos “Oi” ou “Alô”.

Função poética: O objetivo do emissor é expressar seus sentimentos através de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas possibilidades de combinações dos signos lingüísticos. É presente em textos literários, publicitários e em letras de música.

Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0

Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”, José de Paulo Paes faz uma combinação de palavras que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro, de acordo com o poeta.








Adaptado de: http://www.brasilescola.com

Você é bom na pontuação?



Observação: Após saber o resultado clique em "início"na parte superior do blog  para voltar

Com quem fica a herança?

Entende-se por pontuação o conjuntos de sinais gráficos usados para identificar as pausas e as trocas de entonação na leitura. É importante na produção textual, uma vez que, pode mudar todo o sentido do enunciado.
Baseados no que discutimos acerca das regras de pontuação pontue o enunciado abaixo. Eis o contexto:






Um homem, percebendo a morte se aproximar, resolveu escrever seu testamento, pois era muito rico, possuidor de muitos bens. Escreveu o texto, porém, faleceu antes de pontuá-lo o que causou grande confusão entre os candidatos a herdeiros. Veja o texto:

"Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada dou aos pobres"

Utilize os sinais de pontuação necessários de modo que:



a) A herança fique para a irmã do falecido;
b) A herança fique para o sobrinho;
c) O herdeiro seja o alfaiate;
d) A herança seja entregue aos pobres.



Tenha total liberdade para usar qualquer sinal de pontuação. Só não é permitido trocar a posição das palavras, tampouco substituí-las. Use o espaço dos cometários para postar suas respostas.

Oficina XVII- Uso da vírgula



Não se usa vírgula!

1-Não se usa vírgula separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se diretamente entre si:
a) entre sujeito e predicado.
Todos os alunos da sala    foram advertidos
            
Sujeito                            predicado

b) entre o verbo e seus objetos.
O trabalho custou            sacrifício             aos realizadores
                   
V.T.D.I.              O.D.                             O.I.

                             Usa-se a vírgula!

1-Para marcar intercalação:
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, vem caindo de preço.

b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.

c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens,isto é, não querem abrir mão dos lucros altos.

2-Para marcar inversão:
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.

b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.

c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de 1982.
3-Usa-se vírgula para separar entre si elementos coordenados (dispostos em enumeração):


a) Era um garoto de 15 anos, alto, magro.


b) A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.

4-Usa-se a vírgula para marcar elipse (omissão) do verbo:

a) Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

5-Usa-se a vírgula para isolar:

- o aposto:
São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito caótico.

- o vocativo:
Ora, Thiago, não diga bobagem.

Postado Originalmente em: http://www.brasilescola.com

Esperamos que esse resumo do uso da vírgula possa ser útil para você. Caso tenha mais alguma dúvida sobre como utilizar a virgula, poste um comentário com a pergunta e seu email. Nós responderemos com muito prazer. Até a próxima!

Oficina XVI- Como encerrar o texto expositivo ou argumentativo

 Conclusão dissertativa

Qualquer texto, para estar completo, organiza-se em três etapas básicas: introdução, desenvolvimento e conclusão. Cumpridas as duas primeiras etapas, cabe à conclusão fechar o texto do modo mais adequado à modalidade textual em questão. Nas dissertações, a conclusão é a parte final que condensa os pontos centrais da discussão, inclusive o posicionamento apresentado na tese.
A dissertação argumentativa, principal modalidade textual solicitada nas provas de redação de concursos e vestibulares, tem, na boa conclusão, grande parte da sua eficiência. Othon Garcia, em sua obra "Comunicação em Prosa Moderna", nos ensina que "não existe argumentação sem conclusão, que decorre naturalmente das provas ou argumentos apresentados". Partículas como "logo" e "portanto" são típicas no início de períodos ou parágrafos em que se nega (argumentação por refutação) ou confirma o teor da proposição.
Há várias formas de se concluir uma dissertação argumentativa, mas alguns cuidados precisam ser tomados. Então, apresentamos, a seguir, alguns aspectos a serem observados em diferentes tipos de conclusão dissertativa: 
                         Retomada da tese

É importante que, ao terminar a leitura, o leitor tenha total clareza quanto à tese ali defendida. Por isso, o autor de uma dissertação não pode perder essa última possibilidade de reforçar seu posicionamento no parágrafo final.
Para isso, é preciso que o conteúdo retomado na conclusão - seja apenas da tese ou de parte da análise - esteja em total coerência com o que foi escrito nas partes anteriores da redação, pois só assim se consegue a reafirmação de uma verdade. Mas atenção: o que deve ser retomado é apenas a essência do que já foi mostrado, evitando-se a mera repetição de frases e vocabulário.

Perspectivas futuras




Durante a análise do tema, principalmente quando este tratar de uma situação problemática atual, a dissertação pode se basear em dados passados e presentes, identificando causas, fazendo um paralelo histórico, comparações. Isso feito, abre-se espaço para o olhar futuro em relação ao problema.
É a hora de traçar perspectivas futuras, que podem envolver uma proposta de solução ou apenas uma projeção hipotética do que deverá acontecer, considerando-se determinados contextos. Em ambos os casos, o autor precisa basear-se nos conteúdos já analisados. Não é possível apresentar propostas de solução para problemas que não foram discutidos ou perspectiva futura que não esteja embasada em dados presentes.
              Propostas de enfrentamento do problema
                                                                      Quanto às propostas de solução, elas não devem ser "utópicas", ou seja, não dá para propor que os países desenvolvidos simplesmente aceitem dividir suas riquezas com os países pobres para acabar com a miséria no mundo. Também não se devem apresentar propostas genéricas demais ou típicas do senso comum, como dizer que o governo precisa "fazer alguma coisa" ou que as pessoas "precisam se conscientizar" de algo.
Em vez disso, pode-se propor que determinado órgão de certa área específica do governo reformule a lei que trata do assunto em questão, ou que seja criado um órgão fiscalizador para fazer cumprir determinado acordo. É possível também elaborar propostas mais concretas envolvendo a sociedade, como sugerir que determinados grupos se organizem em associações para pressionar a ação de instituições com poder de resolução do problema. Ou seja, o autor tem direito de manter seu ponto de vista em relação ao tema, só precisa apontar sugestões específicas, sempre citando nomes e escolhendo o vocabulário mais preciso, evitando as generalizações que não contribuem em nada com o texto.
Genérico, específico

Outro aspecto importante da conclusão é a ligação dessa etapa com a forma como o tema foi introduzido no início do texto, ou seja, para introdução genérica usa-se conclusão genérica; para introdução específica, conclusão específica.
Vejamos um exemplo de início genérico: se o texto começa discutindo a falta de ética do ser humano nas diversas relações sociais, tem-se uma introdução genérica. Evidentemente, o texto não poderá continuar nessa abstração durante o desenvolvimento e acabará por usar uma série de exemplos específicos, como fatos históricos dentro e fora do Brasil, para provar a tese. Na conclusão, porém, o texto deve voltar para a tese inicial, mais genérica, mostrando que os exemplos comprovam o comentário mais amplo feito no início do texto.
No caso de um início específico, poderíamos imaginar uma tese que criticasse a falta de ética dos deputados federais brasileiros ao aprovarem um abusivo aumento de salário para eles mesmos. No desenvolvimento o autor poderia mostrar exemplos históricos (e mais genéricos) para provar que esse comportamento tem acompanhado o ser humano nas mais diferentes sociedades e épocas. Porém, na conclusão, o autor precisaria voltar ao tema específico, mostrando que, assim como em tantos exemplos históricos de corrupção, os deputados federais em questão agiram mal.
Por último, vale lembrar: nunca inicie uma discussão nova na conclusão, pois não haverá tempo para desenvolvê-la. Também não termine com perguntas abertas sobre questões que, ao invés de serem encaminhadas ao leitor, deveriam ter sido respondidas durante o texto, afinal, a dissertação (principalmente a argumentativa) expõe objetivamente um raciocínio e tem por função conduzir o leitor à aceitação dessa verdade.

Referencial teórico
GARCIA, Othon. Comunicação em Prosa Moderna. 10. ed. São Paulo: Ática, 2002.